Saúde no Médio Juruá: o que ainda falta fazer para transformar essa realidade
Falar de saúde no Médio Juruá é falar de um desafio diário. Para os moradores ribeirinhos, a distância até os centros de atendimento é grande e o acesso a água tratada e saneamento básico sempre foi limitado. Resultado? Doenças de veiculação hídrica, como diarreia e hepatite A, ainda são realidade na região. A estiagem e o baixo volume dos rios no Amazonas, por exemplo, pioram a qualidade da água que abastece a população do estado e isso afeta diretamente a saúde da população, principalmente das crianças, segundo um alerta do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF).
No entanto, essa história está começando a mudar e um bom exemplo é o que vem acontecendo na região de Riozinho, onde o Projeto Mejuruá já instalou poços artesianos, sistemas de tratamento de água e até banheiros ecológicos com biodigestores para garantir mais dignidade e saúde para todos.
Quando o assunto é melhorar a saúde, existem pelo menos três frentes de ação que o poder público e o setor privado poderiam investir juntos. A primeira é ampliar o acesso à água potável e saneamento, porque a saúde começa na torneira. O exemplo de Riozinho mostra que é possível: são 8 poços artesianos já funcionando e beneficiando cerca de 91 famílias, direta e indiretamente. Com água tratada, o número de casos de doenças cai e os moradores podem cuidar melhor da higiene e da alimentação.
A segunda frente é investir em energia limpa e conectividade, algo que também está acontecendo no Médio Juruá. Com os kits de energia solar e antenas de internet Starlink instalados pelo Projeto Mejuruá, ficou mais fácil acionar atendimento médico remoto, ter telemedicina e até ajudar no monitoramento de surtos de doenças. Uma internet estável e energia confiável e limpa são aliados importantes para levar saúde para quem está longe das cidades.
É preciso fortalecer o atendimento de base, seja com unidades de saúde fluviais que cheguem até os moradores, seja com profissionais fixos nas localidades. A infraestrutura já está chegando com o apoio de iniciativas como o Projeto Mejuruá, mas para transformar de verdade a saúde do Médio Juruá é preciso unir forças. Quando o setor público e o privado trabalham juntos, o resultado é uma população mais saudável, com mais dignidade e, claro, com mais motivos para permanecer na floresta cuidando dela.